Salam alaikum J…
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O bayat (cerimônia de iniciação) é, na verdade, só uma
formalidade. A conexão entre o mestre e o estudante é criada por eles mesmos.
Se o mestre ou o/a estudante esquece um ao outro, ou se não sentem a conexão, o
amor, o bayat não significa nada. Por outro lado pode existir uma sensação de
conexão, quer seja amor, inclusive sem o bayat, e é real.
Na verdade, muitos dos meus “estudantes”, pessoas que leem
os meus textos e fazem perguntas, “pertencem” a outras tariqas.
Lembre-se da diferença entre a religião formal e o Sufismo –
a religião formal consiste em regras e rituais, hábitos que as pessoas praticam
sem pensar muito, enquanto que no Sufismo, assim como nas sendas iguais [a ele]
do passado, as sendas são (ou devem ser) para pessoas que querem uma
experiência pessoal com Deus, um caminho “feito à medida”. Infelizmente, hoje
em dia, vemos que muitas tariqas já são mais ou menos como as religiões formais,
aparências e hábitos.
O amor é uma frequência divina, é a frequência que cria uma
conexão entre uma pessoa e Deus, assim como entre duas pessoas. O que chamamos rabita,
que traduzimos como conexão, é na verdade a sintonização com a frequência
divina de amor dirigida à uma pessoa específica ou mesmo a Allah.
O sheik, mestre, sente amor por seus estudantes. Bem, por
todo mundo, mas quando o estudante retorna o amor, isso produz um laço, o
estudante entra no campo energético do mestre e isso torna o caminho do
estudante mais suave e fluido.
Então, o caminho sufi consiste em rabita – amor, sintonização
com a frequência divina; trabalho – uma meditação de dhikr diária, mais outras
práticas; e uma batalha constante contra o nafs/ego.
O verdadeiro Sufismo é interno. É uma senda difícil porque
tratamos de não nos apegarmos a imagens ou aparências externas. As pessoas têm
suas imagens religiosas (ou assim crê) porque é mais fácil fazer culto a tais
coisas do que a algo que não possamos ver. Mas essas coisas são materiais e o adorar
ou concentrar-se em coisas materiais causa uma rigidez tanto física quanto
espiritual na pessoa que a torna “impenetrável” energeticamente, o que quer
dizer, que põe uma barreira entre ele ou ela e a frequência divina.
Tudo é energia. A solidez do mundo e de nós mesmos é uma
ilusão, mas a mente pode densificar tudo fazendo separações onde na realidade
não existem; todos nós estamos unidos, conectados, mas para experimentar isso a
pessoa tem que trabalhar.
Não se preocupe, existe uma conexão, estou com você. Se você
quiser fazer o bayat comigo, não tem problema, mas lembre-se que é só uma
formalidade. O verdadeiro bayat é interior. Só por expressar o desejo de
continuar comigo é suficiente. Se você também quer uma designação de dhikr,
avise-me.
Salam e wadud,
Sheij Mohammad Abdullah
texto maravilhoso.
ResponderExcluirNunca havia ouvido falar sobre isso e nem mesmo conhecia essa palavra. Recentemente sonhei com a palavra bayat. E ao pesquisar, me deparei com seu artigo. Hoje sonhei com a palavra Hidor e descobri que faz parte de uma família espalhada pelo mundo. O que estes sonhos querem me dizer. Há a2 anos iniciei um processo de despertar desconexão com a matéria e buscando entender a comunicação energética. Sou de Brasília, capital do Brasil.
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