Por Mestre Mohammad Abdullah Ansari
Há algum tempo budistas de Myanmar destruíram uma mesquita
muçulmana. Os budistas geralmente são conhecidos como pacifistas. Na Índia,
hindus também destroem mesquitas e matam muçulmanos assim como perpetuam atos
violentos contra budistas. A Índia é conhecida como o país mais tolerante e com
maior liberdade religiosa do mundo. Os muçulmanos destroem estátuas do Buda.
Tanto muçulmanos quanto cristãos fanáticos batem e matam homossexuais. Os
cristãos nos EUA queimam mesquitas assim como igrejas de negros. O cristianismo
é a religião de amor, paz e perdão. Os judeus de Israel cometem crimes e
atrocidades contra os muçulmanos da Palestina. Os muçulmanos sunitas matam
muçulmanos xiitas. Durante a inquisição os católicos assassinaram milhões de
pessoas “em nome de Deus”.
Poderíamos continuar, há muitos outros exemplos, mas é
melhor parar por aqui. Como é que as religiões fundadas por meio das revelações
de Deus criam fanáticos dispostos à violência e atos contrários aos próprios
princípios da própria religião?
É uma questão de foco. Qual é a razão ou propósito da
religião? As religiões foram construídas como métodos para colocar em prática
as revelações divinas que um profeta recebeu. A religião não foi criação de
Deus, mas do homem. Deus ou Força Energética Consciente revelou a ciência de
como o ser humano pode sintonizar com a frequência divina, harmonizar-se ou
unir-se com a Realidade e, então, um sistema que chamamos religião se
desenvolveu. A verdade é uma, sem país, raça ou idioma, mas as religiões
refletem culturas e inclinações humanas.
Com o tempo as pessoas se apaixonam pela religião no lugar
do propósito da religião – a religião no lugar de Deus. Chama-se identificação
e identificação extrema se caracteriza como fanatismo. Os primeiros sinais do
fanatismo são o foco nas aparências, uma forma de se vestir identificando com
uma ou outra religião, símbolos e adornos “religiosos”, oração em público e
outras expressões de “religiosidade” realizadas para ser visto.
O fanatismo alcança seu apogeu quando a pessoa crê que tem
que converter o mundo todo para sua religião, ou forma de religião, forçando as
pessoas. Já não tem nada a ver com Deus, é uma exageração de egocentrismo,
materialismo, e confundir a realidade com fantasia é uma forma de esquizofrenia.
Deus revelou a mesma ciência a todos os profetas, chama-se
Submissão, submissão a Deus ou à Realidade, ou outra maneira de expressar seria
aceitação, aceitar nossa dependência de Deus e nossa realidade no esquema
universal. No estado de aceitação uma grande carga sai de cima da pessoa e ela
se conecta com a frequência divina. A frequência divina é o amor e é adquirido
com a morte do ego.
Nada acontece automaticamente. O amor é a ausência do ego,
mas a ausência do ego é obtida com amor – o amor real mata o ego. O amor é uma
escolha.
Que palavras lindas! O fanatismo religioso é um veneno que sufoca a verdadeira meta espiritual.
ResponderExcluir