Por Mestre Mohammad Abdullah
Ansari
O cérebro é a conexão ou transformador que nos conecta com
tudo. Pode nos conectar com outras dimensões, incluindo a Deus mesmo (dimensões
divinas) ou por outro lado a um monte de influências mundanas com efeitos
daninhos espiritualmente, uma densificação do cérebro e corpo, bem como dano à
receptividade inata dos dois. Em seu estado correto o corpo é como uma antena,
ou melhor, um condutor de energia, mas quando a atenção está dirigida ao mundo,
às coisas materiais, ou seja, o mundo superficial e os desejos materiais, uma
densificação se inicia e bloqueia sua receptividade de frequências sutis
(divinas). Não quer dizer que devemos abandonar a participação material, que
nos convertamos em monges, mas que participemos no mundo de outra forma, sem
apegos.
O cérebro e o corpo são esponjas. Quando a atenção é
dirigida ao material, ou melhor, atraída, captada, e por fim, influenciada e moldada,
absorve todo tipo de coisas que provocam mudanças importantes no ser, uma visão
e entendimento constringido, tensões corporais, mudanças emocionais e uma
inabilidade de ver além de este mundo estreito e limitado.
Esta é a condição mais comum no mundo. Como resultado o
mundo reflete a condição das pessoas, o mundo influencia as pessoas e as
pessoas criam o mundo; um círculo vicioso. Como o mundo é? Um emaranhado de
violência inspirada pela avareza, ódio e medo.
Essa é a natureza deste lugar. Se fosse o único lugar seria deprimente,
mas não é. Este mundo, a Terra, é uma estadia temporária onde passamos como
parte do desenvolvimento da alma. Nada neste mundo vai mudar, não vamos ver
melhoras – nunca mudou em milhões de anos. Não vai mudar porque as pessoas no
mundo estão em diferentes etapas de seu desenvolvimento espiritual, a maioria
no nível da matéria ou do animal.
Há também, algumas pessoas que chegaram aqui ainda
incompletas, chegaram ao ponto, prontas para ver a Verdade e por isso seus
cérebros se encontram em um estado de não aqui e nem lá – cérebros um pouco
desorientados. Essas pessoas não se adequam às normas, não se encaixam nas
coisas como são. Os psicólogos inventam uma infinidade de etiquetas para classificá-las,
mas se essas pessoas não encontram o caminho, se afundam em seu “problema” e se
tornam vítimas, se estagnam e não saem de seu estado etiquetado psicológico e
morrem assim para continuar seu desenvolvimento em uma etapa mais adiante. Mas
são pessoas prontas para se abrirem ao universo de realidades e possibilidades –
só têm que dar o primeiro passo.
A resposta (o caminho) é sempre espiritual – espiritual significa
a realidade invisível, invisível para os olhos normais, físicos. Não estamos
falando de uma religião e nem de fé cega. A resposta se encontra dentro de cada
um. Temos que trabalhar para conhecer a nós mesmos, o cérebro, a mente (que não
é o cérebro), as emoções, as sensações e todo o externo que as está afetando,
assim como as influências herdadas (ADN) e as inclinações e ramificações de tudo
o que foi acima mencionado. Isso requer conhecimento de como são as coisas, as
leis e realidade da existência e práticas espirituais como formas de meditação
e conseguir um estado de consciência desperto em que estamos conscientes de nós
mesmos e as conexões divinas possíveis.
"conseguir um estado de consciência desperto em que estamos conscientes de nós mesmos e as conexões divinas possíveis."
ResponderExcluirEsse despertar para a realidade onírica da vida, é o que mais almejo, precioso mestre. Despertar da sonolência aos quais estão imersos a maior parte dos seres. Conseguir ir além dos nafs. Mas mestre, qual é a melhor forma de suplantar os nafs?