terça-feira, 7 de novembro de 2017

O cérebro esponjoso


Por Mestre Mohammad Abdullah Ansari

O cérebro é a conexão ou transformador que nos conecta com tudo. Pode nos conectar com outras dimensões, incluindo a Deus mesmo (dimensões divinas) ou por outro lado a um monte de influências mundanas com efeitos daninhos espiritualmente, uma densificação do cérebro e corpo, bem como dano à receptividade inata dos dois. Em seu estado correto o corpo é como uma antena, ou melhor, um condutor de energia, mas quando a atenção está dirigida ao mundo, às coisas materiais, ou seja, o mundo superficial e os desejos materiais, uma densificação se inicia e bloqueia sua receptividade de frequências sutis (divinas). Não quer dizer que devemos abandonar a participação material, que nos convertamos em monges, mas que participemos no mundo de outra forma, sem apegos.

O cérebro e o corpo são esponjas. Quando a atenção é dirigida ao material, ou melhor, atraída, captada, e por fim, influenciada e moldada, absorve todo tipo de coisas que provocam mudanças importantes no ser, uma visão e entendimento constringido, tensões corporais, mudanças emocionais e uma inabilidade de ver além de este mundo estreito e limitado.

Esta é a condição mais comum no mundo. Como resultado o mundo reflete a condição das pessoas, o mundo influencia as pessoas e as pessoas criam o mundo; um círculo vicioso. Como o mundo é? Um emaranhado de violência inspirada pela avareza, ódio e medo.  Essa é a natureza deste lugar. Se fosse o único lugar seria deprimente, mas não é. Este mundo, a Terra, é uma estadia temporária onde passamos como parte do desenvolvimento da alma. Nada neste mundo vai mudar, não vamos ver melhoras – nunca mudou em milhões de anos. Não vai mudar porque as pessoas no mundo estão em diferentes etapas de seu desenvolvimento espiritual, a maioria no nível da matéria ou do animal.

Há também, algumas pessoas que chegaram aqui ainda incompletas, chegaram ao ponto, prontas para ver a Verdade e por isso seus cérebros se encontram em um estado de não aqui e nem lá – cérebros um pouco desorientados. Essas pessoas não se adequam às normas, não se encaixam nas coisas como são. Os psicólogos inventam uma infinidade de etiquetas para classificá-las, mas se essas pessoas não encontram o caminho, se afundam em seu “problema” e se tornam vítimas, se estagnam e não saem de seu estado etiquetado psicológico e morrem assim para continuar seu desenvolvimento em uma etapa mais adiante. Mas são pessoas prontas para se abrirem ao universo de realidades e possibilidades – só têm que dar o primeiro passo.

A resposta (o caminho) é sempre espiritual – espiritual significa a realidade invisível, invisível para os olhos normais, físicos. Não estamos falando de uma religião e nem de fé cega. A resposta se encontra dentro de cada um. Temos que trabalhar para conhecer a nós mesmos, o cérebro, a mente (que não é o cérebro), as emoções, as sensações e todo o externo que as está afetando, assim como as influências herdadas (ADN) e as inclinações e ramificações de tudo o que foi acima mencionado. Isso requer conhecimento de como são as coisas, as leis e realidade da existência e práticas espirituais como formas de meditação e conseguir um estado de consciência desperto em que estamos conscientes de nós mesmos e as conexões divinas possíveis.

Um comentário:

  1. "conseguir um estado de consciência desperto em que estamos conscientes de nós mesmos e as conexões divinas possíveis."

    Esse despertar para a realidade onírica da vida, é o que mais almejo, precioso mestre. Despertar da sonolência aos quais estão imersos a maior parte dos seres. Conseguir ir além dos nafs. Mas mestre, qual é a melhor forma de suplantar os nafs?

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