Rabita: conexão espiritual entre uma pessoa e Allah, ou entre duas pessoas; prática sufi que consiste na conexão deliberada entre um sheik e seu estudante.
A razão pela qual o Sufismo funciona a longas distâncias é pela conexão que a pessoa estabelece com seu sheik. Ainda que você não esteja consciente desta conexão, ela existe e com o tempo sentirás. Quando você diz bismillah (você deve dizer isso diariamente muitas vezes) você está fazendo rabita com Allah. Cada vez que você pensa em alguém, há uma conexão ainda que seja leve. Assim é como realmente funciona este mundo – há diferentes níveis de atividades acontecendo em cada momento.
Podemos dizer que ao fazer Bayat [iniciação] com o sheik, o murid entra no campo energético do sheik e do sheik dele, e assim sucessivamente até o Profeta (s.a.w.s.) e cada vez que você pensa nessa conexão ela se reforça cada vez mais. No começo a realidade deste fato é puramente intelectual ou de fé, mas, com o tempo sua realidade se tornará cada vez mais tangível, tanto que você poderá fazer perguntas por meio do rabita e receber respostas – você pode fazer diretamente com Allah ou com o sheik.
Para um sufi, ou seja, alguém buscando um entendimento mais profundo, ou melhor, a verdadeira experiência do Islã e, ao final de contas, uma conexão com o próprio Allah, devemos pensar de uma forma científica. Ok, faça isso! Tudo o que eu posso lhe dizer acerca de como fazê-lo somente lhe ajudaria um pouco. Para começar precisamos conectarmos com um cabo já instalado. No começo não somos suficientemente fortes para fazer a conexão sem fio. O seu sheik e o sheik dele e etc., são como esse cabo necessário para passar a corrente para iniciar o processo.
As instruções verbais que o sheik da lhe ajudam a fazer as práticas necessárias para estabelecer a conexão, assim como para entender o que está acontecendo.
Apesar do que algumas pessoas dizem, há uma hierarquia no Islã e no Sufismo. Primeiro Allah, depois Rasulullah (Muhammad, o Profeta), Ali, seus filhos e a linhagem de mestres que eles ensinaram. A chave da conexão é o amor. Devemos amar ao Profeta. Devemos amar aos pirs, devemos amar aos sheiks. O sheik ama os seus estudantes. Quanto mais esse amor do sheik pelos seus murids é recíproco mais forte será a conexão e o progresso do estudante.
Quando pedimos a permissão do sheik, dos sheiks dele, dos pirs e de Rasulullah, estamos expressando amor e respeito assim como cumprindo com a tradição de adab, bons modos, um requisito importante no Sufismo.
O rabita [entendido] desta forma não é de nenhuma maneira similar à adoração que os católicos prestam a Maria (as), aos santos e etc. A adoração a outro que não seja Allah reduz o mundo da pessoa, materializando sua visão e cortando qualquer conexão que ela pudesse haver tido com outros níveis mais altos da realidade. O rabita não é adoração, está simplesmente nos conformes da ciência energética sobre a qual a existência está baseada.
Salam e wadud,
Sheik Mohammad Abdullah Ansari
Precioso Mestre. É permitido dentro da linhagem sufi, utilizar a imagem de um quadro do seu Mestre, e da linhagem espiritual em um altar? Ou a prática é somente mentalmente que podemos visualizar a imagem do mestre e dos Pirs?
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