Por Sheik
Mohammad Abdullah Ansari
Uma das práticas mais apreciadas na senda do Sufismo é o
zikr, a lembrança de Allah. Estar unido com Allah é estar em um estado de recordação
constante da fonte de toda a criação. No sentido de que essa unidade é o estado
mais profundo da submissão a Allah – isto é, o zikr, o verdadeiro zikr, é a
meta da senda sufi. Como maneira para alcançar esse estado, o zikr é uma
prática ritualizada e outorgada aos estudantes de tasawwuf pelo Profeta
Muhammad (s.a.w.s.).
Existem duas formas do ritual de zikr: jahri ou zikr
exterior, no qual a voz do praticante pode ser ouvida por outros, e khafi, ou
zikr silencioso, recordação apenas na mente do praticante. O zikr jahri foi
ensinado pelo Profeta (s.a.w.s.) a Hazrati Ali (r.a.) e é a forma principal da
Tariqa Qadiri-Rifai.
Além do zikr pessoal de cada estudante sufi,
tradicionalmente são realizadas cerimônias de zikr em grupo em um salão chamado
dergah. Os membros da Tariqa se juntam e entoam certos Nomes de Allah,
invocando as características representadas pelos Nomes nos corações da
congregação. Os nomes são repetidos até centenas de vezes em uníssono pelos
participantes. Certos movimentos, como balançar ou virar de um lado para o
outra, acompanham a vocalização, também em uníssono. Em algumas tariqas se
realiza uma espécie de dança em que todo o corpo gira, girando com um pé no
ritmo do canto do zikr e da música.
Cada um dos Nomes de Allah invocado no zikr é uma chave para
um nível espiritual no coração. Dentro de tal concentração espiritual, os
participantes às vezes viajam para profundas dimensões da realidade. Esta
experiência provê ânimo ao murid para a viagem até Allah, às vezes difícil. O
efeito do zikr em grupo aumenta a energia espiritual devido ao esforço conjunto
dos participantes. Em tal ambiente de energia espiritual concentrada, não é
incomum a presença de seres invisíveis como anjos e walis (amigos protetores)
trazendo bênçãos adicionais à reunião.
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