Uma
breve explicação sobre o processo de união com a tariqa e sobre seguir a senda
sufi.
Tenho dito que o Sufismo é uma senda sem
forma. A religião a qual me refiro como religião formal, tem uma forma rígida; com
razão, a religião formal é direcionada para todo mundo, é uma sistematização
dos ensinamentos de um profeta, um sistema para todos. A religião formal tem
forma, é externa com regras e rituais, coisas para ver e tocar.
Mas, para pessoas que buscam uma relação
pessoal e direta com Deus, com a Realidade, o caminho é mais pessoal, todos
somos diferentes e existe uma senda distinta para cada um. Mesmo assim, o
buscador da verdade precisa de ajuda para encontrar o caminho apropriado e há
métodos e procedimentos necessários para todos – uma estrutura. Por isso sempre
existiram grupos e mestres para guiar pessoas sérias. O Sufismo é um destes
grupos ou escolas.
É muito difícil enveredar-se no caminho
espiritual sozinho. Há um montão de obstáculos, desvios e enganos esperando o
viajante espiritual. Um guia é imprescindível. Realizar uma conexão com o sheik
sufi por meio de uma “iniciação” chamada bayat é a forma através da qual fazemos
essa conexão no Sufismo. Externamente é uma cerimônia simples, uma formalidade,
um acordo entre o sheik (mestre) e o murid (estudante). Internamente é um laço
entre corações, uma conexão psíquica. É por meio dessa conexão que o mestre
ensina o estudante (se chama rabita e você pode pedir mais informação sobre
isso).
O sheik sufi foi escolhido e autorizado
pelo seu mestre, assim como este foi pelo dele, e assim sucessivamente por uma
linhagem longa de mestres até o Profeta do Islã. Ao fazer uma conexão com o
sheik o estudante entra nesta linhagem e recebe sua ajuda.
Depois do bayat o sheik dá ao estudante
uma designação de dhikr, uma forma de meditação, a repetição de nomes de Deus
(Você pode pedir informação mais detalhada sobre o dhikr). Realizamos essa
prática diariamente. É a base sobre a qual tudo mais se apoia.
Em cidades grandes nos EUA, na Europa,
na África e no Oriente Médio geralmente há suficientes pessoas interessadas
para formar grupos que se reúnem semanalmente para fazer dhikr juntos, além da
designação pessoal. Na América Latina estamos todos separados por grandes distâncias.
Então, realizamos nosso trabalho pela internet. Na verdade, a distância não
existe; a conexão entre o mestre e o estudante não são afetadas pela distância.
Além disso, nosso trabalho é em nós mesmos, é um trabalho interior. Atividades
com grupos de pessoas com ideias e metas similares são agradáveis, mas não são
necessárias para nossa meta principal: a de nos conectarmos e conhecer nossa
verdadeira realidade, Deus interior.
No começo o estudante deve realizar sua
designação de dhikr com diligência. Com o tempo começará a sentir e a ver
mudanças. Em nossa tariqa cibernética usamos muito a internet. O estudante
recebe escritos regularmente. Nesses escritos há informações referentes ao seu
caminho e pode haver coisas para fazer. O estudante deve escrever por e-mail
expondo suas dúvidas. Pode também falar com o sheik por Skype ou Messenger.
Antes de pedir o bayat (iniciação) você
deve ler escritos mais detalhados sobre a senda espiritual e nossos pontos de
vista. Escreva expondo suas dúvidas.
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